A cultura e o jornalismo agonizando
Não sou muito de ir ao teatro. Prefiro ir ao cinema ou a shows, por exemplo. Nada contra, questão de identificação, talvez.
Ou não: tava lendo essa entrevista com o Felipe Hirsch, um diretor de peças de que eu gostei bastante (vi A vida é cheia de som e fúria, e a linda A memória da água) e ele senta o pau no teatro feito no Brasil. Diz que 90% das peças são um desserviço, que só vão confirmar a má impressão que as pessoas têm do teatro.
Outro dia, no metrô, tava ouvindo um cara (que se dizia crítico de cinema, mas não sei quem ele era) falando isso também, que certos filmes nacionais são um desserviço ao cinema do Brasil. Eu também acho o cinema feito por aqui atualmente bem fraco, com raras exceções, e acredito isso é culpa do corporativismo que assola a cultura nacional: ninguém critica ninguém, todo mundo se elogia e aí todos conseguem seu espacinho.
Isso tem a ver com uma discussão que sempre tenho com o Luciano Matos, também jornalista, sobre o jornalismo nacional. Porque o nosso jornalismo (especialmente o cultural) tá engessado, não enxerga nada de novo, fica repetindo velhas fórmulas e vive uma relação viciada com os artistas: só se fala mal do óbvio, como axé e pagode, ninguém critica os "consagrados". Ficam jogando confete nessa "nova MPB" formada por Zélia Duncan, Paulinho Moska, Ana Carolina e afins, e fecham os olhos pra tantos talentos espalhados pelo país que praticamente não têm oportunidade de mostrar seu trabalho. O Luciano é enfático: "O jornalismo brasileiro tá sentado numa privada, produzindo merda."
Exceções? Claro, felizmente. O Rio Fanzine é um ótimo exemplo, há anos mostrando num dos principais jornais do país o que só quem freqüenta o circuito independente conhece (mas não é por acaso que o espaço da coluna diminuiu consideravelmente). Também é legal ver gente como o Alexandre Matias, por exemplo, volta e meia publicando na Folha. São sopros de vida na grande imprensa. Mas ainda é muito pouco.
Como isso vai mudar? Menor idéia. Mas precisa. E rápido.
Ou não: tava lendo essa entrevista com o Felipe Hirsch, um diretor de peças de que eu gostei bastante (vi A vida é cheia de som e fúria, e a linda A memória da água) e ele senta o pau no teatro feito no Brasil. Diz que 90% das peças são um desserviço, que só vão confirmar a má impressão que as pessoas têm do teatro.
Outro dia, no metrô, tava ouvindo um cara (que se dizia crítico de cinema, mas não sei quem ele era) falando isso também, que certos filmes nacionais são um desserviço ao cinema do Brasil. Eu também acho o cinema feito por aqui atualmente bem fraco, com raras exceções, e acredito isso é culpa do corporativismo que assola a cultura nacional: ninguém critica ninguém, todo mundo se elogia e aí todos conseguem seu espacinho.
Isso tem a ver com uma discussão que sempre tenho com o Luciano Matos, também jornalista, sobre o jornalismo nacional. Porque o nosso jornalismo (especialmente o cultural) tá engessado, não enxerga nada de novo, fica repetindo velhas fórmulas e vive uma relação viciada com os artistas: só se fala mal do óbvio, como axé e pagode, ninguém critica os "consagrados". Ficam jogando confete nessa "nova MPB" formada por Zélia Duncan, Paulinho Moska, Ana Carolina e afins, e fecham os olhos pra tantos talentos espalhados pelo país que praticamente não têm oportunidade de mostrar seu trabalho. O Luciano é enfático: "O jornalismo brasileiro tá sentado numa privada, produzindo merda."
Exceções? Claro, felizmente. O Rio Fanzine é um ótimo exemplo, há anos mostrando num dos principais jornais do país o que só quem freqüenta o circuito independente conhece (mas não é por acaso que o espaço da coluna diminuiu consideravelmente). Também é legal ver gente como o Alexandre Matias, por exemplo, volta e meia publicando na Folha. São sopros de vida na grande imprensa. Mas ainda é muito pouco.
Como isso vai mudar? Menor idéia. Mas precisa. E rápido.
1 Comments:
At 12:48 PM, Kamille said…
O Jô Soares é bem ruim mesmo. Um ego enorme, não deixa o entrevistado falar...
Mas a entrevista na TPM tá ótima, acho que vou comprar a revista, na impressa vem na íntegra.
Postar um comentário
<< Home