Polêmica e injustiça
Fiquei chocada com o linchamento virtual que tão fazendo com o Alexandre Matias, jornalista brasiliense radicado São Paulo.
A história é a seguinte: o Matias foi a Maceió para o Festival de Música Independente e publicou um texto no Trama Virtual. Muita gente da cidade se sentiu ofendida e começaram a encher o scrap dele no orkut com agressões e ameaças. Chegaram a mandar emails pro Trama Virtual e pro Terra, que hospeda o site.
As pessoas ficaram ofendidas porque ele fez comentários considerados preconceituosos, disse que a cidade estava atrasada em relação a outras em certos sentidos etc. A pressão foi tanta que o Matias editou o texto que já estava no ar e pediu desculpas publicamente.
Não conheço Maceió e não posso dizer se concordo ou não com ele. Obviamente, é a visão de alguém que mora em São Paulo. Mas isso me traz duas questões: 1) Já vi gente de Maceió mesmo criticando o estado de Alagoas, dizendo que existe muita pobreza, que o abismo social é absurdo, que dá até desânimo (gente como o Wado, grande artista cria da cidade - apesar de catarinense, ele cresceu em Maceió); 2) Só quem é de um lugar pode criticá-lo? Éo mesmo que achar que para criticar um filme tenho que fazer um, e melhor.
Muito se fala que o Nordeste historicamente tem complexos, problemas de auto-estima, por culpa do preconceito vindo do resto do país. Isso melhorou muito nos últimos anos - graças à explosão do mangue bit, por exemplo, que mostrou os talentos de Pernambuco pro Brasil -, mas talvez não tenha acabado. Por isso, é muito complicado criticar a região. Até aí, entendo. Mas o melhor jeito é agredir de uma forma tão pesada quem falar qualquer coisa de ruim sobre algum estado nordestino?
Sou contra ele ter mudado o texto. E a liberdade de expressão? Se amanhã falarem que o Rio de Janeiro tem muitas favelas eu vou agredir quem disse? Vou querer que a pessoa se cale? Se eu não concordo, o melhor que tenho a fazer é derrubar os argumentos do outro. Civilizadamente.
Acho lamentável o que aconteceu. Aposto que alguém leu, ficou chateado - é ruim receber críticas -, foi repassando o texto com comentários agressivos contra o autor e isso virou uma bola de neve. A pessoa já vai ler com uma idéia pré-concebida. Triste. Até porque o papel da imprensa é, também, apontar as injustiças desse país. Como o fato de uma cidade linda como Maceió demonstra ser ainda ser vítima de tanta desigualdade social e descaso dos políticos.
A história é a seguinte: o Matias foi a Maceió para o Festival de Música Independente e publicou um texto no Trama Virtual. Muita gente da cidade se sentiu ofendida e começaram a encher o scrap dele no orkut com agressões e ameaças. Chegaram a mandar emails pro Trama Virtual e pro Terra, que hospeda o site.
As pessoas ficaram ofendidas porque ele fez comentários considerados preconceituosos, disse que a cidade estava atrasada em relação a outras em certos sentidos etc. A pressão foi tanta que o Matias editou o texto que já estava no ar e pediu desculpas publicamente.
Não conheço Maceió e não posso dizer se concordo ou não com ele. Obviamente, é a visão de alguém que mora em São Paulo. Mas isso me traz duas questões: 1) Já vi gente de Maceió mesmo criticando o estado de Alagoas, dizendo que existe muita pobreza, que o abismo social é absurdo, que dá até desânimo (gente como o Wado, grande artista cria da cidade - apesar de catarinense, ele cresceu em Maceió); 2) Só quem é de um lugar pode criticá-lo? Éo mesmo que achar que para criticar um filme tenho que fazer um, e melhor.
Muito se fala que o Nordeste historicamente tem complexos, problemas de auto-estima, por culpa do preconceito vindo do resto do país. Isso melhorou muito nos últimos anos - graças à explosão do mangue bit, por exemplo, que mostrou os talentos de Pernambuco pro Brasil -, mas talvez não tenha acabado. Por isso, é muito complicado criticar a região. Até aí, entendo. Mas o melhor jeito é agredir de uma forma tão pesada quem falar qualquer coisa de ruim sobre algum estado nordestino?
Sou contra ele ter mudado o texto. E a liberdade de expressão? Se amanhã falarem que o Rio de Janeiro tem muitas favelas eu vou agredir quem disse? Vou querer que a pessoa se cale? Se eu não concordo, o melhor que tenho a fazer é derrubar os argumentos do outro. Civilizadamente.
Acho lamentável o que aconteceu. Aposto que alguém leu, ficou chateado - é ruim receber críticas -, foi repassando o texto com comentários agressivos contra o autor e isso virou uma bola de neve. A pessoa já vai ler com uma idéia pré-concebida. Triste. Até porque o papel da imprensa é, também, apontar as injustiças desse país. Como o fato de uma cidade linda como Maceió demonstra ser ainda ser vítima de tanta desigualdade social e descaso dos políticos.
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